PESQUISADOR
Perfil - Prof. Dr. Ricardo Veronesi O Prof. Dr. Ricardo Veronesi graduou-se em Medicina na Universidade de são Paulo em 1946. Em 1960 obteve, por concurso de provas e títulos, o título de Doutor e o de Livre-Docente da Faculdade de Medicina da USP. No ano de 1972 foi aprovado, em concurso de títulos, para a função de Professor-Adjunto do Departamento de Medicina Tropical e Dermatologia da FMUSP. No ano de 1977 conquistou, em concurso de provas e títulos, o título de Professor Titular da Cadeira de Doenças Infecciosas e Tropicais da Faculdade de Medicina da USP. Em 1990 recebeu da Faculdade de Medicina da USP o título de Professor Emérito. Em 1993 recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Medicina de Jundiaí, onde lecionou durante nove anos. É também, Professor "Honoris Causa" da Faculdade de Medicina do Noroeste da Argentina e da Faculdade de Medicina de Itajubá, MG. É membro honorário das Associações Médicas do Equador e Colômbia. Secretário, para o Brasil, da "Panamerican Medical Association" e Presidente da Divisão de Medicina Tropical dessa mesma entidade. Fundador e Primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia... Imunoterapia com Cogumelos Medicinais: uma prática milenar, usada empiricamente, é agora, avalizada pela moderna biotecnologia do século XXI Prof. Dr. Ricardo Veronesi A Biotecnologia Moderna Avalizando a Imunoterapia A partir da década de 80 graças aos enormes progressos da imunologia e biotecnologia, conseguiu-se entender como uma substância pode intervir com sucesso em inúmeras doenças causadas por mecanismos patogênicos tão diferentes.
1976 Doenças neoplásicas, inflamatórias, infecciosas, auto-imunes e degenerativas tem, em sua patogênese, uma participação importante, quando não decisiva, do aparelho imunitário, no seu início, evolução e cura ou morte 1980 Comprovado o papel imunomodulador dos vários princípios ativos contidos nos cogumelos, tanto em animais de laboratórios como em seres humanos, portadores de várias patologias, particularmente tumores malignos e mais recentemente na AIDS. Aqui a imunoterapia isoladamente ou como complemento terapêutico, poderá intervir no controle da carga viral ou, no câncer, na destruição de células tumorais. O fenômeno da reemergência do HIV, quando da interrupção das drogas anti-retrovirais, se explica pela baixa carga viral obtida pelos anti-retrovirais em combinação com a falta de estimulação imunológica pelos vírus HIV, os quais foram erradicados da corrente circulatória pelas drogas e que mantinham em atividade o sistema imunológico mediado por células. Neste contexto, sugere-se o emprego complementar de imunoestimulantes específicos para manter a carga viral em níveis indetectáveis quando da interrupção da terapêutica específica (vacinas terapêuticas) Os cogumelos são riquíssimos em vitaminas e sais minerais, o que os qualificam como nutricêuticos dotados de comprovada capacidade nutritiva juntamente com vários princípios ativos neles contidos, dotados de elevada capacidade, imunomoduladora, inclusive antitumoral e antiviral. Ergosterol Recentemente, em 2001, Takaku e Cols., no Japão, isolaram uma fração lipídica do Cogumelo Agaricus blazei, com atividade antitumoral que foi identificada como Ergosterol. Administrado por via oral em camundongos com sarcoma 180, permitiu após 20 dias, uma redução significativa do tumor, sem quaisquer efeitos colaterais. Ergosterol O Mecanismo de Ação de ação do ergosterol, nesses experimentos, foi comprovado ser a inibição da angiogênese. Tais achados permitiram incluir por primeira vez o ergosterol como substância anti-angiogênica natural, contida no cogumelo Agaricus blazei e, deste modo ampliando o atual armamentarium antitumoral. Conclusão A “cogumeloterapia” utilizada empiricamente por mais de 3.000 anos em milhões de indivíduos foi submetida a partir da década de 80 aos mais avançados testes da biotecnologia, que permitiram isolar os princípios ativos contidos no cogumelo, e os seus mecanismos de ação, particularmente no setor mediado por células, a participação do sistema imunológico em praticamente todos os processos patológicos é decisiva para a cura conforme investigações conduzidas no laboratório e na clínica, em humanos, particularmente como antitumoral
Existem pelo menos 10.000 espécies de cogumelos, 700, comestíveis, 50 a 200 com propriedades medicinais e 50 espécies venenosas. Seis gêneros de cogumelos são responsáveis por 90% da produção mundial de 1,5 milhões de toneladas / ano: Agaricus, Lentinula, Pleurotus, Auricularia, Volvariella e Flammulina.(2-3)Há centenas de anos tem se atribuído propriedades medicinais aos cogumelos, porém existem poucos estudos sobre os seus efeitos biológicos sobre o sistema imune de seres humanos.No presente trabalho conseguimos demonstrar que o Agaricus Blazei possui a propriedade de aumentar o número de células NK em pacientes com câncer e tal efeito biológico foi eficaz em 75% dos pacientes, apesar de mais da metade deles estarem recebendo quimioterapia e ou radioterapia, procedimentos sabidamente imunossupressores das células NK.As células NK destroem as células tumorais de um modo não específico e a quantidade destas células no tecido tumoral , possui valor prognóstico. Ishigami, mostrou em 146 pacientes com carcinoma gástrico que, aqueles com alto conteúdo de células NK infiltrando o tumor apresentavam sobrevida de 5 anos de 78%, índice significantemente superior ao grupo com baixo número de células NK intratumoral.(6)Cosiski, mostrou no câncer cervical, que os pacientes com maior número de células NK no sangue periférico apresentavam melhor prognóstico.(5) Yamagiwa, notou que o maior o número de células NK , aumenta o efeito antitumoral do tratamento convencional.(11)Tanaka, demonstrou que a IL-18, poderosa citocina imunoestimulante, induz imunidade tumor - específica, mediada pelo aumento do número e da atividade das células NK.(10) È importante lembrar que as células NK são muito susceptíveis às espécies reativas tóxicas de oxigênio, perdendo a sua capacidade de aderir às células cancerosas e consequentemente perdendo a sua citotoxicidade.(9) O álcool suprime a função lítica das células NK por efeito direto e por liberação de glucocorticóide (4) e a cloroquina reduz a síntese de perforinas, componente primordial dos grânulos citotóxicos.(1)Após 1960 pesquisadores japoneses iniciaram investigação sistemática sobre qual substância nos cogumelos era capaz de inibir o crescimento de tumores. Um grande número de moléculas bioativas, foram identificadas sendo a classe dos polissacarídeos considerada a mais potente. Verificaram que maioria dos cogumelos com atividade antitumoral apresentavam em sua composição o Beta 1->3 D glucana, polissacaríde que aumenta o número de células NK e aumenta o número e atividade dos linfócitos T e dos macrófagos.(8)Nosso estudo conseguiu demonstrar que o Agaricus Blazei utilizado como suplemento alimentar possui efeito biológico benéfico nos pacientes portadores de neoplasias malignas, aumentando o número de um tipo de células de capital importância no prognóstico do câncer, as células NK
Os pesquisadores identificaram cinco ações distintas na maneira em que o Cogumelo age contra o câncer:
Protegendo células sadias de se tornar células cancerígenas
Prevenindo metástases
Reduzindo o tamanho de tumores
Induzindo a Apoptose ("suicídio" de células cancerígenas) Trabalhando em conjunto com a quimioterapia, potencializando-a e ao mesmo tempo reduzindo muito os efeitos colaterais da mesma, como perda de cabelo, dor, vômito, anemia e leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos) Estudos confirmaram estes cinco benefícios do cogumelo no combate e prevenção do câncer.